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Comunicação e Imprensa

O legado de um grande ideal: combater a fome

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Quando se fala nos 25 anos do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, fala-se, inevitavelmente, de uma história escrita a muitas mãos — mãos solidárias, experientes, movidas por valores que atravessam décadas. Mas há nomes que se tornam protagonistas dessa caminhada. Entre eles, Paulo Renê Bernhard e Jorge Luiz Buneder ocupam um lugar especial.

 

Desde as primeiras discussões que dariam origem ao primeiro Banco de Alimentos do Brasil, no final dos anos 1990, um grupo de líderes da indústria gaúcha e de entidades representativas passou a se reunir com um propósito maior: enfrentar o flagelo da fome. A convocação começou quando o então presidente da FIERGS, Renan Proença, convidou Jorge Luiz Buneder para coordenar o Conselho de Cidadania da Federação. Buneder, carismático, generoso e profundamente engajado — dentro e fora da sua empresa, a Stemac — conectou pessoas, ideias e sonhos. Reuniu nomes como Paulo Renê Bernhard, então presidente da FURPA-Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre; a família Gerdau Johannpeter; Adir Fração; Antonio Parissi; e instituições comprometidas com o bem, como ADCE, Rotary, Parceiros Voluntários, FIERGS, FMSS, AGAS, SIA, SINDHA e Associação Leopoldina Juvenil. Cada um trouxe seu conhecimento, suas experiências e sua convicção de que é preciso estender a mão ao próximo.

 

Esse encontro de trajetórias deu origem ao que Buneder chamava, com simplicidade e precisão, de “Departamento de Fazer”. Porque não bastava falar: era preciso agir.

 

Sábia condução

 

Quando o Banco de Alimentos do RS foi oficialmente lançado em 6 de dezembro de 2000, iniciava-se uma nova história no Brasil — e, entre todos os construtores dessa trajetória, Paulo Renê assumiu naturalmente o papel de grande capitão da jornada. Trazia consigo décadas de experiência em gestão, após comandar a operação de um grande banco financeiro por toda a Região Sul. Antes que a sigla ESG se tornasse parte do vocabulário global, ele já praticava, especialmente, o “G” — a governança. Estruturou processos, construiu credibilidade, pautou a transparência e consolidou a seriedade necessária para que empresas confiassem no projeto e se tornassem parceiras efetivas.

 

Como rotariano, trouxe também a inspiração da Good Samaritan Law, que mobiliza a sociedade a agir em favor do bem sem receio. Assim, o Banco de Alimentos do RS tornou-se pioneiro ao construir um modelo capaz de transformar o contraste doloroso entre abundância e escassez: enquanto toneladas de alimentos eram desperdiçadas diariamente, milhares de pessoas ainda sofriam com a fome. Entre articulações e parcerias, contou com o apoio determinante do Rotary e, também, do SETCERGS — instituidor sempre presente — garantindo que a logística, pilar essencial dessa engrenagem, funcionasse com precisão.

 

Se o Banco de Alimentos cresceu, ganhou reconhecimento e ampliou seu impacto, foi também pelo trabalho cotidiano e incansável de Paulo Renê. Com empatia, disciplina e dedicação raras, ele aproximou empresas, lideranças e voluntários. Acompanhou processos, incentivou equipes, acolheu projetos, abriu portas. Na prática, foi um elo permanente entre o sonho de quem doa e a necessidade de quem recebe. Assim, ajudou a erguer uma das mais sólidas redes de solidariedade do país.

 

Transição que honra a história

 

Agora, quando o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul celebra seus 25 anos, Paulo Renê Bernhard encerra sua trajetória na presidência e Jorge Luiz Buneder na Presidência do Conselho de Administração do Banco de Alimentos. Mas, como eles próprios disseram, não é um adeus. É um “até breve” no sentido mais bonito do termo: o Banco faz parte de suas vidas, e eles seguirão presentes como parceiros, apoiadores, incentivadores. Afinal, quem sempre valorizou a união e a colaboração, jamais se afasta de verdade.

 

Durante um quarto de século, Paulo Renê acompanhou cada operação, cada doação que chegava, cada distribuição de alimentos. Essa rotina — silenciosa, intensa, contínua — ajudou a transformar a vida de milhares de pessoas.
Jorge Buneder, visionário por atuar na área que combate e o maior flagelo da humanidade, a fome e articulador do meio empresarial, foi um grande líder que conduziu com maestria o Banco de Alimentos.

 

Por tudo isso, e por tudo aquilo que não cabe apenas em palavras, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul agradece a dedicação de conhecimento e tempo a esses dois grandes dirigentes. Agradece pelo exemplo, pela entrega, pela visão que abriu caminhos e criou pontes que hoje sustentam essa rede.

 

Agora, um novo capítulo começa. E a beleza dessa jornada é que ela segue, pois se há algo que permanece, é a certeza de que a história que eles ajudaram a escrever continuará alimentando o futuro.

 

A sociedade agradece esses dois grandes líderes!