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Comunicação e Imprensa

Banco de Tecido Humano, criado pela FIERGS celebra 20 anos

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No dia 11 de setembro, o Centro Histórico-Cultural da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre foi palco de uma celebração histórica: os 20 anos do Banco de Tecido Humano – Pele Dr. Roberto Corrêa Chem. Instalado na própria Santa Casa e integrante do projeto dos Bancos Sociais da FIERGS, o Banco representa um marco para a medicina brasileira, sendo o primeiro criado no Brasil e atualmente parte de uma rede nacional composta por quatro unidades.

 

A abertura do evento foi conduzida pelo Diretor Superintendente dos Bancos Sociais da FIERGS, Paulo Renê Bernhard e pelo Presidente do Banco de Tecido Humano, Dr. Eduardo Mainieri Chem. Em sua palestra, Paulo Renê resgatou a gênese do projeto, lembrando que o sonho de criação nasceu no Conselho de Cidadania dos Bancos Sociais da FIERGS, então coordenado por Jorge Luiz Buneder. Esta formalização ocorreu na Sala da Presidência da FIERGS, em uma união de forças entre a própria FIERGS, a Refinaria Alberto Pasqualine (REFAP) e a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Sob a liderança do presidente da REFAP, Hildo Henz, foi possível captar R$ 1 milhão pela Lei Estadual 11.853/02, incluindo R$ 250 mil de recursos próprios da refinaria, garantindo a viabilidade financeira da iniciativa.

 

Destacou, ainda, a importância do legado deixado pelo médico Roberto Corrêa Chem, que teve seu nome eternizado no Banco após perder a vida no trágico acidente do voo 447 da Air France, em 2009, ao lado da esposa, Vera, e da filha, Letícia. Desde então, a direção médica foi assumida por seu filho, Dr. Eduardo Mainieri Chem, que segue conduzindo a missão com o mesmo espírito humanitário do pai. Eduardo, participou da programação, mediando debates e palestrando sobre a trajetória da instituição.

 

Ao longo dessas duas décadas, o Banco de Tecido Humano – Pele já contabiliza 685 doadores e mais de 550 receptores beneficiados em todo o país, sob regulamentação do Sistema Nacional de Transplantes. O trabalho vai muito além de números: cada doação se transforma em um gesto de solidariedade que salva vidas, alivia a dor e devolve esperança a pacientes em situação crítica.

 

Durante o atendimento às vítimas da Boate Kiss, em 2013, a membrana amniótica – importada de outros países – foi utilizada emergencialmente para o tratamento de queimados. Reconhecendo seu potencial, o Banco passou a mobilizar esforços para regulamentar seu uso no Brasil. Após anos de articulação, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer a membrana amniótica como nova tecnologia para o tratamento de pacientes queimados. O anúncio da incorporação foi feito pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e representa um marco no cuidado às vítimas de queimaduras no Brasil.

 

A programação incluiu ainda importantes discussões técnicas e relatos emocionantes. Profissionais da área de saúde abordaram temas como a comunicação na doação de tecidos, os desafios na utilização da pele humana e as inovações tecnológicas no tratamento de lesões graves. A Associação de Vítimas da Boate Kiss também esteve representada, reforçando a relevância do trabalho do Banco no apoio a grandes tragédias coletivas.

 

Celebrar os 20 anos do Banco de Tecido Humano – Pele é, acima de tudo, reafirmar o compromisso com a vida. Uma história que nasceu da visão empreendedora da FIERGS e da coragem de seus parceiros, cresceu sustentada por profissionais dedicados e se mantém viva graças à generosidade de cada doador.